sexta-feira, 24 de junho de 2011

(pag 39)

A essa altura decidi mergulhar ainda mais de cabeça no trabalho afim de juntar o máximo de dinheiro possível e ficar o minimo de tempo possível em Los Angeles.

Foram semanas trabalhando de segunda a segunda, sem folga.

O dinheiro começava a aparecer novamente e isso motivava cada vez mais a continuar trabalhando para que conseguisse enfim fugir de LA.

Uma semana antes de partir de volta para Florida, estava chegando e um dos clientes quando estaciono o carro e noto que o fluido de arrefecimento do motor estava vazando.

Para quem não sabe, esse fluido eh aquele liquido colorido, ou as vezes somente água mesmo, que serve para manter baixa a temperatura do motor. Uma vez que você o perde, o motor pode ate mesmo fundir, dependendo da temperatura que atingir.

Alias o liquido não estava vazando, era quase que uma imensa e triste cachoeira.

Para quem conhece um pouco de carro já sabe o que estava acontecendo, para os que não, eu relato, era a bomba d'água.

Quando esta atinge a sua vida útil ou não circula mais a água dentro do motor, o que leva ao super-aquecimento, ou começa a vazar, o que era o meu caso.

Nessa hora já lamentava (mais uma vez) a inesperada despesa extra.

Limpei a vitrine praticamente só pensando no imenso montante que iria gastar depois.


Ao final do trabalho plotei no GPS a oficina mais próxima, afinal sem muita água no radiador, eu não poderia rodar muito tempo para não correr o risco de super-aquecimento e com isso perder também o motor do carro.

Por sorte a oficina ficava a poucos metros de onde eu estava.

Chegar a uma oficina com o carro vazando água não eh das melhores coisas a se fazer, afinal o mecânico eh quem passa a dar as cartas pois ele sabe que você não tem muitas opções de escolha.

E eh claro que foi o que aconteceu.

Depois de uma breve analise, ele lança sem nenhum pudor um valor estratosférico para consertar o problema.

Algo como seiscentos dólares!!!
Dinheiro que obviamente eu não tinha.

Ate ai como eu não fazia ideia de quanto seria, e considerando que a mão-de-obra nos EUA eh cara, eu poderia ter caído no conto do vigário.

O erro dele foi ter dito que teria que trocar, alem obviamente da bomba d'água, uma porção de outras pecas. Pecas a qual eu tinha trocado na revisão poucos meses atras.

Nessa hora percebi que estava sendo passado para trás.

Em silencio entrei no carro, abri o porta-luvas e peguei um punhado de recibos.
A essa altura o mecânico já estava anotando os dados do carro.

Coloquei todos os recibos no capo do carro e, um-a-um, fui mostrando a ele que eu havia acabado de trocar tais pecas (que ele queria trocar novamente). Ele ficou pálido.

Somente finalizei dizendo que mesmo o carro já estando quebrado e mesmo não dominando o idioma dele, eu não era um completo idiota para cair numa cilada dessas.

Mais um vez em silencio, entrei no carro e fui embora.

Novamente o GPS foi a salvação.

Procurei a mais próxima de uma famosa rede de lojas de pecas de carro nos EUA.

Por sorte, ficava a poucos quarteirões.

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