quarta-feira, 15 de junho de 2011

(pag 31)

Nao tenho muito na carteira. Para falar a verdade quase nada.

Tiro dez dólares e prometo a mim mesmo que aquela seria a quantia total que eu iria apostar, ganhando ou perdendo.

Começo pelas caca-níquel, afinal são as mais divertidas e baratas.

Jogo nas maquinas de um centavo para fazer as chances renderem.

Perco cinco dólares num piscar de olhos.

Decido mudar de jogo.

Caminho pelo cassino tentando observar onde as pessoas são mais felizes, afinal ali poderia estar a minha maior chance de ganhar.

Muitos do jogos eu não sei ao menos jogar. São inúmeras opções.

Paro ao lado de uma mesa de roleta. Clássica e simples.

A aposta minima são exatos cinco dólares, o que eu tenho na mão.


A essa altura eu faco uma breve reflexão dos meus últimos dias e creio, para não dizer que tenho certeza, que estou numa mare de azar.

Sendo assim, se tenho que apostar em apenas um numero, evidentemente que esse numero tem que ser o treze.

Entrego meus cinco reais ao crupiê e ponho tudo no treze.

A bolinha gira na roleta a uma velocidade hipnotizante.

Parece nunca mais parar.

Quando decide descer para o centro da roleta o som do "tirintitar" soa como uma trilha sonora de tensão aos ouvidos dos apostadores. Tudo parece estar em câmera lenta.

Somos em seis homens sentados ao redor da mesa e com o olhar fixo em uma pequena bolinha que não para de saltar.

Finalmente depois de pular por todos os números possíveis, ela decide parar.

O crupiê anuncia: preto, treze!

Eu fico alguns segundos sem acreditar que realmente ganhei, afinal nos meus trinta e dois anos eu jamais ganhei sequer uma rifa de escola, bingo ou qualquer que fosse o sorteio que envolvesse algum premio.

Todos os outros jogadores me cumprimentam eufóricos, afinal eu havia acabado de sentar-me a mesa, apostado em um único numero e ganhado.

Enquanto todos me dão os parabéns eu tento fazer uma cara de que isso eh uma coisa corriqueira, porem por dentro eu explodo como a virada de ano em Copacabana.

Definitivamente cassinos são parque de diversão de adultos.

O premio não e muito, cerca de cento e oitenta dólares, mas para quem segundos atras estava com cinco, passa a ser uma pequena fortuna.

Decido apostar os mesmos cinco dólares (da sorte) mais uma vez no numero treze, porem como esse tipo de coisa só deve acontecer comigo de trinta e dois em trinta e dois anos, evidentemente eu não ganho. Talvez com sessenta e quatro eu tente novamente...

Ao invés de ficar e insistir em encontrar mais uma vez a sorte, opto pela garantia de alguns dias a mais de tranquilidade.

Pego a minha pequena fortuna e vou-me embora.

Durante meu período em Las Vegas prometi-me a mim mesmo que ate poderia me dar ao luxo de jogar nos cassinos, porem com o limite diário de dez dólares, seja perdendo ou ganhando.
E foi o que fiz.

Controlei a tentação e durante os quinze dias que fiquei na cidade, nunca gastei mais do que isso.

A vida em Las Vegas eh pura diversão, os próprios americanos dizem que a cidade e o maior parque de diversões para adultos do mundo.

Exageros americanos a parte, a cidade transpira festa e agitação. Nao para dia-e-noite.

E quem não tiver um bom auto-controle, deixa-se levar pelo entusiasmo muito facilmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário