sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

(pag 71)

Obviamente esse preconceito eh devido aos anos de repressão e submissão dos negros perante os brancos.

Hoje, com o pais na mão de governantes negros, as leis favorecem muito mais aos negros do que aos brancos. 

Fato esse que se por um lado ajuda a diminuir a distancia social entre as classes, por outro acirra ainda mais a guerra racial. 

Afinal nas Leis sul-africanas um emprego, por ordem judicial, deve ser dado primeiramente aos negros, em seguida aos miscigenados e por ultimo aos brancos. E nenhum pai de família, seja ele branco ou negro, quer perder uma vaga de trabalho não por competência, mas sim por uma lei que favorece uma cor de pele.

Mas como eh mês de Copa do Mundo, todos deixam de lado as mazelas raciais e juntos torcem a favor dos Bafana Bafana, como eh conhecida a seleção sul-africana. 

Ate mesmo os brancos, não acostumados com o futebol, sentam-se a frente da TV para acompanhar a seleção africana comandada pelo brasileiro Carlos Alberto Parreira.

O segundo jogo da Copa, Uruguay e Franca, acontece em Cape Town.

Eu trabalhava no restaurante naquela noite. 

O estadio ficava cerca de 20 minutos a pé de distancia de casa. 




A nossa apreensão era grande para o pós-jogo, afinal grande parte do publico iria sair do estadio procurando algo para comer. E nada melhor que uma bela pizza num restaurante italiano. 

Cerca de meia hora apos o termino da partida, o restaurante lota. 
Nunca tinha visto tanta gente naquele salão. 

Todas as mesas estavam lotadas e uma pequena fila esperando por mesas se formava la fora.

Já passa da meia noite e as pessoas não paravam de chegar.

Eis que eu vejo do lado de fora, Junior. Aquele Junior, jogador de futebol, lateral do Flamengo e da seleção brasileira, também conhecido como Capacete.

Chego ate ele já falando em português. 

Ele fica animadíssimo e me pergunta se eh possível conseguir uma mesa para ele, Cléber Machado (narrador) e Renato Marsiglia (comentarista de arbitragem). 

Obviamente eu digo que sim. 

Chamo Elizabeth de canto e explico a situação. 

O restaurante estava completamente lotado.

Conversando com clientes conseguimos mudar algumas pessoas para dar lugar aos nossos convidados mais ilustres da noite.

Ao perceber nossos esforços, eles não poupam elogios. 

Os três são uma simpatia.

Sem ao menos eu pedir, Junior saca de sua bolsa uma foto, autografa e me da de presente. 

Para Elizabeth ele escreve numa bandeira do Brasil uma dedicatória e conversa o tempo todo com ela em Italiano (aprendido nos anos jogando na Itália).

A velha senhora fica encantada com a simpatia do ídolo brasileiro.

Foi a noite mais cheia e também a unica, durante a Copa do Mundo.

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