sábado, 11 de fevereiro de 2012

(pag 61)

O volume de carne que assamos no dia anterior não foi compatível com o tamanho da churrasqueira, com isso a gordura se depositou no fundo e quando ligamos novamente o incêndio foi rápido e inevitável.

Tentei calmamente retirar as carnes para ver se o fogo acalmava. Sem sucesso.

Fechamos o gás e tentamos todas as manobras possíveis para conter o fogo que não parava de aumentar. 

Um de nos trouxe um balde d'água para jogar na churrasqueira, por sorte eu estava por perto e lembrei das antigas aulas de combate a incêndio ainda no curso de comissario de voo que dizia para nunca usar aguá para conter fogo em óleo e/ou gordura. 

Caso jogássemos aguá no óleo a explosão seria inevitável.

Nessa hora as chamas da pequena churrasqueira a gás já alcançavam o teto. Os curiosos que passavam pela rua se aglomeravam na cerca do lado de fora do prédio para acompanhar o desfecho da cena. O publico aumentava proporcionalmente com as chamas do incêndio.





Lembrei que tínhamos um extintor de incêndio na cozinha. Nao me perguntem porque, mas tínhamos. Nao sei se isso era lei na Africa do Sul mas ja estava na casa quando chegamos.

Agora era rezar para que o extintor funcionasse.

E ele funcionou. 
E nos salvou.

Problema resolvido!
Bora continuar a beber afinal mais tarde tínhamos o Dubliner pela frente.

No meio de tantas festas e bebedeiras, descobrimos que cada um de nos seis moradores da Casa tínhamos um certo cacoete quando ficava bêbado. Porem, de todos nos, o que mais se diferenciava era Leonardo.

Leo era um carioca de voz baixa, sempre serene, inteligente, muito diferente do biotipo carioca (os cariocas que me perdoem). 

Porem quando Leo bebia se transformava praticamente em outra pessoa.

Certo dia nos o apelidamos de Ruth & Raquel, em alusão a antiga novela Global, Mulheres de Areia, em que a atriz Gloria Pires faz duas irmas que apesar de gêmeas, tem a personalidade totalmente diferente uma da outra.

Enquanto Ruth era a boazinha e calma, no caso o Leo sóbrio; a Raquel era a vila, nesse caso o Leo depois de bêbado.

E a cada dia a nossa Raquel aprontava mais e mais...

Certa noite, no Dubliner eh claro, eis que mais uma vez Raquel toma conta do corpo do nosso amigo.

Enquanto todos estávamos na parte debaixo do pub, Leo e Camila estavam dançando no segundo andar.

Quando de repente olho para o lado vejo Leo descendo as escadas rapidamente, ensandecido e totalmente molhado.

Ele se aproxima de mim e noto que nao era suor, mas sim cerveja.

Sem dar tempo de perguntar o que tinha acontecido, Raquel, digo Léo, dispara uma ótima coleção de palavrões. Todas elas se referindo a uma suposta garota que, segundo ele, sem mais nem menos teria jogado um copo de cerveja em sua cara.

Logo atras desce Camila.

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