terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

(pag 57)

Me aproximo e com a voz tremula digo que estou procurando emprego.

A idosa senhora abaixa o jornal que estava lendo, tira os óculos de grau e me pergunta se eu trago comigo um curriculum. 

Entrego a ela e ela me pede para sentar.
Seria uma breve entrevista. Que medo. Do nada, sem o menor preparo.

Ela se apresenta, seu nome eh Elizabeth.

Independente do resultado da entrevista, isso por si só já era um grande passo para mim, afinal nos outros lugares em que eu havia deixado curriculum sequer os funcionários haviam olhado para a minha cara.

Sento-me a mesa e ela começa a fazer perguntas.

Mesmo com um certo nervosismo juntamente com o meu Inglês de Tarzan, consigo ao menos entender as perguntas, porem gaguejo nas respostas.




Depois de poucos minutos de entrevista e muita gagueira, ela me pergunta quando eu poderia começar.

Sem acreditar muito no que eu havia ouvido, afinal, nessas horas mesmo no nosso idioma a gente ainda se questiona (o que dirá ouvindo isso em inglês), respondo que posso começar o quanto antes.

Ela marca para o dia seguinte.

Já tenho a primeira chance, e logo no primeiro dia de procura!
Perfeito! 

Ela destaca uma das garçonetes para me dar o treinamento. 

Talvez por perceber a minha dificuldade com o inglês, ela me coloca com Silvia, uma brasileira que trabalhava la ha muito tempo.

Logo nos primeiros dias já noto que a velha senhora simpatiza comigo, assim como eu com ela.

Depois de alguns poucos dias de treinamento já começo a me adaptar e trabalhar sozinho.

Passados os primeiros meses, o primeiro e único problema que se surge eh o pouco dinheiro.

Pode parecer hipocrisia mas para mim dinheiro eh um detalhe. 

Nao tenho luxos nem vaidades e muito menos sou materialista ou ambicioso, porem nos meus planos de viagem tenho que leva-lo muito em consideração para não perder o foco nem o proposito de tudo afinal não tenho nenhum tipo de ajuda financeira de ninguém, todos os meus passos são frutos das minhas próprias pernas.

Depois de fazer as contas do quanto estava ganhando e do quanto era o meu custo de vida morando em Cape Town, decidi conversar com Elizabeth. 

Abri o jogo, expliquei meus planos de vida e custos, e disse que seria obrigado a procurar outro emprego para que fosse possível aumentar a minha renda.

Elizabeth e eu já tínhamos uma relação de amizade muito boa. Sabia que ela não queria perder ate mesmo mais um profissional, e antes de eu tomar alguma decisão, tinha mesmo eh que me sentar com ela e conversar.

Depois de passados alguns minutos da nossa conversa ela faz algumas ligações e me chama novamente para me sentar a sua mesa.

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