sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

(pag 67)

Cerca de três dias depois de ficarmos, Milena combinou uma viagem de carro para Namíbia juntamente com Mauricio, Ricardo, Julia e outra amiga. 

Eles passariam uma semana viajando por entre cidades, desertos e parques naturais.

Quando voltaram, todos eram puro entusiasmo.

Assim que Mauricio e Ricardo chegam em casa eu pergunto como tinha sido a viagem.

A primeira coisa que ele me responde eh: estou apaixonado pela Milena.

Miguel, que estava sentado junto a mesa comigo, quase cai da cadeira.

Eu, tentando manter o controle respiro fundo e pergunto calmamente: por que, vocês ficaram?

Ele responde: não, mas eu estou apaixonado por ela.

Logo em seguida eles saem todos para beber e comemorar a chegada. Ficamos somente eu e Miguel na Casa.

Viro para Miguel e digo: acho que eh melhor ninguém ficar sabendo que eu fiquei com a Milena, o que você acha?!

Miguel não acredita no que eu havia acabado de dizer e me enfrenta para que eu abrisse o jogo para Mauricio e lutasse por ela.

Depois de alguns minutos de reflexão concluo que eu não tenho esse direito. 

Havia ficado apenas duas ou três vezes com Milena, e apesar de ter sido bom, não tinha a mesma certeza dos meus sentimento por ela que Mauricio as tinha. Com isso era melhor me calar, perder uma garota bacana, do que contar tudo e estragar os sentimentos e planos de um grande amigo.

Optei pela amizade de um amigo em detrimento a uma mulher.

Daquele dia ate o dia do embarque de Milena de volta para o Brasil, eu ouvi Mauricio falar sobre seus sentimentos por ela, dei conselhos sinceros a ele e sempre me mantive distante dela.

Situação que não desejo a ninguém afinal por mais que eu tentasse me manter distante, o circulo de amizade era o mesmo, com isso quase que diariamente Milena estava em nossa Casa e eu me deparava com o casal entre beijos, carinhos e abraços.

Por mais que estava feliz por ver um amigo bem, estava destruído por dentro.

Mais uma vez o tempo teria que ser o meu melhor amigo.

Certo dia, no restaurante onde trabalhava, conheço por acaso uma cliente. 

Seu nome era Christine. Uma francesa com seus mais de quarenta anos que morava em Cape Town já ha algum tempo. 

Conversamos rapidamente sobre um CD de MPB que estava sobre a mesa e ela se mostrou apaixonada pelo Brasil, conhecia tudo!

Trocamos telefones.



Sempre separei muito a minha vida pessoal do trabalho. Com isso, apesar da vontade, preferi não ligar para Christine e evitarmos possíveis constrangimentos. 

Porem Cape Town não eh grande o suficiente para nunca mais se ver alguém que você conhece. Volta e meia nos encontrávamos em diferentes ocasiões.

Uma delas aconteceu num lugar chamado Buena Vista Social Club.

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