segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

(pag 56)

Nos mudamos no final de março, dia 23 para ser mais exato.

Nossos primeiros dias na Casa (e reparem que eu vou me referir a nossa casa sempre com letra maiúscula, afinal tivemos grandes historias e momentos como vocês irão ler) foram basicamente de muita conversa regada a comidas e muita bebida, tudo para nos conhecermos melhor.

Incrivelmente todos os seis moradores, a medida que íamos nos conhecendo melhor, íamos nos respeitando cada dia mais e nos tornando quase uma família. 

Talvez pela distancia da família, do Brasil, dos amigos la deixados, mas creio mesmo que nos aproximávamos mais por conta das afinidades. 

O certo era que todos tinham o sentimento de proteção uns aos outros e a sensação de que nos conhecíamos ha muitos anos. Fato comum a começo de grandes amizades.

Depois de passada a primeira semana, que tiramos para nos conhecer melhor, convidamos amigos próximos e marcamos o primeiro churrasco de inauguração da nova casa.

Como toda festa de brasileiro, vieram mais pessoas que não conhecíamos do que realmente nossos amigos mais próximos, ate ai muito bom, pelo menos aumentamos nosso circulo de amizades. O problema era só no dia seguinte ter que limpar toda a sujeira que os convidados deixavam para trás.


Cap. XII
O Emprego

Depois d'eu passar a primeira etapa de "ter onde morar", agora era hora de arrumar um trabalho, afinal todo o dinheiro que eu trouxera dos USA, por mais que se multiplicasse muito devido a diferença do Dólar Americano para o Rand Africano, estava indo por água abaixo.

O dinheiro era suficiente somente para pagar mais um mês de aluguel e alimentação.

Hora de correr atras.
Atualizei meu curriculum, adicionei algumas mentirinhas inofensivas para dar mais peso, imprimi algumas dezenas e fui a luta.



Decidi começar pelo bairro onde morava, afinal trabalhar próximo de casa sempre foi meu sonho de consumo. Passei grande parte da minha vida morando em São Paulo e com isso perdi muito tempo dela dentro de um carro, preso no congestionamento.

Ok, em CT não tem congestionamento...e eu também não tinha carro, mas independente de tudo o que eu queria era simplesmente poder ir a pé para o trabalho.

Depois de deixar curriculum em alguns bares e restaurantes num raio de no máximo quinze minutos a pé, eis que entro num restaurante italiano.

Dou de cara com uma senhora de aproximadamente uns sessenta (ou mais) anos sentada numa mesa bem próxima a porta.

Entro meio que perdido e ela, sem se levantar, me recebe com um seco "pois não".

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