domingo, 12 de fevereiro de 2012

(pag 62)

Enquanto Léo vai ao banheiro limpar-se do banho de cerveja, Camila nos conta a sua versão do que aconteceu.

Ela disse que eles estavam dançando quando perceberam um celular no chão. 

Camila pegou o celular e perguntou se era de Léo. 

Ele disse que sim e colocou no bolso. 

Segundos depois uma garota se aproxima e pergunta se ele havia achado um celular no chão. 
Ele responde que não. 

Ela então diz que viu Camila pegando o celular no chão e ele colocando no bolso. 

Léo, completamente bêbado, diz mais uma vez que não, que não sabia do que ela estava falando.

A garota pede emprestado o celular da amiga e liga para o numero do celular perdido. 

O celular toca e previsivelmente o som vem do bolso de Léo. 

Ele saca o celular do bolso e pergunta com a maior cara-de-pau a todos quem havia o colocou ali dentro.

Assustada com a atitude de "Raquel", ops Léo, a garota pega o celular da sua mão e joga um copo de cerveja em sua cara.




Camila, que estava sentada assistindo tudo de longe só entendeu a historia segundos depois.

Enquanto Camila acabava de me contar a historia, Léo sai do banheiro e passa por nos dizendo que iria bater na garota.

Todos correndo atras do Léo...

Quando chegamos no segundo andar, vejo que a garota que tinha feito isso era Silvia, justamente a garçonete brasileira que estava me ajudando no restaurante onde eu trabalhava.

Mais uma peça pregada pelo "Mundo Pequeno".

Entre três milhões de pessoas que moram em Cape Town, por que justamente a brasileira que eu estava trabalhando tinha que estar envolvida nessa historia?

Enfim, certas perguntas simplesmente não tem respostas.

Enquanto eu me fazia essas perguntas, uns seguravam o enfurecido Léo.

Chamei Silvia de lado e tentei amenizar tudo. Disse que Léo sofria de dupla personalidade quando bebia e que Raquel, a pessoa que tomava conta de seu corpo, era justamente daquele jeito.

Claro que a historia não colou, afinal quem iria acreditar nisso?
O pior era que era verdade mesmo.

Acho que já estava na hora de voltarmos todos para Casa...


Cap. XIV
As Primeiras Frustrações

Numa das tantas indas ao Dubliner, conheci uma garota. Bianca.

Natural de Fortaleza, Bianca ainda guardava alem do sotaque carregado a pureza de uma garotinha do interior.

A cada dia nos aproximávamos mais e mais.

Num dia era um jogo de truco, no outro um passeio na praia, no outro simplesmente uma conversa em casa, tudo era desculpa para nos vermos.

Ate que um dia ficamos, e no outro, e no outro, e no outro...

Por mim nos continuaríamos ficando, afinal me sentia atraído por ela.
Não sei se por aquela ingenuidade ou pelo jeito moleca dela ser. Mas me sentia bem quando estava junto a ela.

Mas ela não.
Certo dia ela me pediu um tempo para pensar se era isso que ela realmente queria. 

Achei compreensível afinal grande parte das pessoas que estavam nessa época em Cape Town eram estudantes. Muitos deles inclusive estavam saindo de casa pela primeira vez e experimentando os diversos sabores carnais. 

Então: pra que namorar??

Pergunta mais que obvia na cabeça de uma garota com seus vinte e poucos anos.
Eu, com mais de trinta, já tinha certeza do que queria para mim. 

Só me restava esperar por ela.

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