domingo, 18 de março de 2012

(pag 85)

Eu respondo que OK, afinal eu não tinha mais quinze anos e se eu fosse abrir meu coração, cabia a mim conversar com Alessandra e dizer sobre os meus sentimentos por ela.

Christine prontamente concorda.

Me sinto extremamente leve apos conversar com Christine e ver que ela estava ao meu lado.

No mesmo dia eu chego em casa e preparo um e-mail para Alessandra.

Sabia que conversar com ela pessoalmente poderia surgir certo constrangimento por ambos os lados.

Basicamente escrevi o e-mail com o mesmo conteúdo do que havia conversado com Christine. 

Relatei inclusive cronologicamente os fatos e os porquês de não ter me aberto antes. 

E o mais importante, ressalto a todo momento a importância e zelo que eu dou aos laços de amizades envolvidos na historia: Eu > Christine, Christine > Alessandra.

Passo a noite escrevendo, medindo palavras para não dar espaços a interpretações errôneas ou eventuais duplos sentidos.

No dia seguinte tomo coragem e envio o e-mail para Alessandra.

Faltava pouco mais de três semanas para eu embarcar para Londres. Eu estava ansioso com todos os fatores.

Junto a mim carregava uma unica certeza:
Se Alessandra respondesse meu e-mail de forma positiva, estava disposto a mudar todos os planos, permanecer em Cape Town e lutar por aquela maravilhosa mulher. 

Cerca de apenas quinze minutos apos ter enviado o e-mail recebo uma mensagem de Christine no meu celular.

Clico para ler a mensagem já com um frio na barriga digno da época de colegial. Da época em que trocava bilhetinhos no chamado "correio elegante".

Ansiava por uma boa noticia.

Mas ela não veio.

Nao somente não veio, como veio uma mensagem assuntadora:
“Como você teve coragem de fazer isso comigo? 
Nao esperava uma atitude dessa. 
Nao me procure mais.”

As minhas pernas fraquejaram.

O frio na barriga que segundos atras era bom, passou a ser do tamanho do iceberg que afundou o navio Titanic, consequentemente carregado com todos os seus maus adjetivos.

Eu fiquei por minutos sem saber o que responder. Sem chão.



A melhor resposta que encontrei foi ficar em silencio.

Somente respondi a mensagem de Christine dizendo que respeitava qualquer atitude dela.

Depois que fiz trinta anos e que resolvi por vontade própria mudar o meu comportamento perante ao mundo, optei por fazer as coisas que eu julgo serem corretas. E convenhamos, o que eh correto para mim, acaba sendo correto para você que esta me lendo e muito provável para quem quer que esteja agora mesmo ao seu lado.

Claro que uns poderão puxar a sardinha da razão para o próprio lado. Porem la no fundo, no cerne da questão, todos nos temos basicamente o mesmo conceito do que eh ter uma atitude correta ou não.

E eu a todo momento optei pelo caminho que, por mais distante e espinhoso que o fosse, era o caminho de uma atitude correta e honesta. Tudo isso, mesmo que colocasse em detrimento a mim mesmo e aos meus sentimentos.

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