domingo, 11 de março de 2012

(pag 78)

Juntamente com todo esse estresse no trabalho, tinha ainda a questão do meu visto que estava prestes a expirar.

Na Africa do Sul, nós brasileiros não precisamos solicitar o visto com antecedência. Basta comprar a passagem para a cidade desejada e na fronteira dizer que esta indo fazer turismo. 

Pronto, eles carimbam o visto que da direito a uma estadia de três meses. 

Ao final dos primeiros três meses, caso você queira ficar por mais três, basta procurar o Departamento de Imigração, chamado Home Affairs, e solicitar a extensão do seu visto de turista.



Porem já se prepare para um verdadeiro chá de cadeira, afinal esse serviço na Africa do Sul eh no minimo precário. O prédio do Departamento eh decadente e eh bem comum ver pessoas passando horas e mais horas na fila para ser atendido.

Obviamente eu não fugi a regra.

Esperei quatro horas para ser atendido, entreguei todos os documentos que me foram solicitados, paguei a taxa e recebi o papel do protocolo de entrada. Nele dizia que eu teria que voltar em dois meses para ter o meu passaporte carimbado com a extensão do visto.

Vai entender...

Porem no meio de todo esse furacão ao menos uma boa noticia veio em seguida.

Minha mãe estava vindo do Brasil para passar quinze dias comigo.

Pedi uma semana de folga para, alem de relaxar o estresse, poder aproveitar o período com ela.

Eh um momento extraordinário quando se recebe algum ente querido quando estamos fora do Brasil. 

Principalmente quando essa pessoa eh a nossa mãe. 

Eh uma mistura de proteção com uma imensa vontade de mostrar tudo o que gostamos, que aprendemos, que estamos fazendo, que conquistamos, enfim...um universo a ser apresentado. 

Eh como se por um breve momento, deixássemos de ser filhos para sermos pais dos nossos pais. 

Os colocamos debaixo de nossas asas e os mostramos o território inimigo que nós sozinhos conquistamos.

Minha mãe, por mais que a distancia física nos separou nessa minha jornada, sempre esteve muito próxima a mim. 

Em primeiro lugar no apoio, afinal desde o dia em que escolhi sair do Brasil, ela esteve ao meu lado. E esse apoio, por mais que as vezes não seja financeiro, tem muito mais valor do que qualquer outro tipo de apoio. Afinal muitas vezes não precisamos de bens materiais, mas sim de um simples apoio moral. Um simples: "estou contigo" já eh mais que o suficiente para superarmos barreiras e obstáculos.

E durante toda essa minha jornada foi justamente isso que minha mãe me proveu: força!

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