sábado, 10 de março de 2012

(pag 77)

Ja nos primeiros dias como gerente, tracei um plano de promoção e marketing. Precisava fazer alguma coisa urgentemente para aumentar o lucro do restaurante e com isso ganhar mais confiança de Elizabeth na minha nova função.

Porem conhecendo a resistência dos donos, esse plano para ser aprovado tinha que ter um investimento baixo e uma meta de retorno de curto/médio prazo.

Montei o projeto e fiz uns powerpoints e modelos de panfletos com um designer gráfico profissional. 

Tudo para impressionar.

Seria necessário um pequeno investimento. Apenas para a impressão de panfletos para divulgação e alguns displays de promoção para colocar nas mesas.

Apresentei o projeto e para minha surpresa ele foi aprovado.

Na semana seguinte la estava eu apreensivo pelos resultados.

Porem como no Brasil, na Africa do Sul os pequenos negócios, principalmente aqueles gerenciados por membros da família, se baseiam muito mais nas amizades do que propriamente no foco comercial.

Os panfletos e cartazes que eu havia preparado juntamente com um designer gráfico foram totalmente modificados por Elizabeth e seu filho, enviados para um amigo dono de uma gráfica, e impressos TOTALMENTE errados.

Ate ai, se o processo tivesse sido comercial, a solução era simples: apenas devolver para a gráfica, corrigir os erros e imprimir tudo novamente sem nenhum custo extra. 

Porem, como tinha sido feito (de graça) por um amigo, só nos restava calar a boca e aceitar.

Alem disso meus outros planos barravam ou na questão financeira ou na questão do idioma. 

Afinal era eu quem tinha que falar ao telefone com vendedores ou fornecedores, e esses por vezes usavam termos específicos e/ou comerciais e por mais que o meu nível de inglês já estivesse melhorando, ainda assim barrava nesses pontos.

Por um bom tempo amadureci a ideia de fazer uma proposta de investimento no restaurante e assim assumir as rédeas e consequentemente as responsabilidades do negócio.




Acreditava no potencial daquele negocio e ao mesmo tempo me via de mãos e pés atados, sempre barrado na ignorância do povo sul-africano. E quando eu falo em ignorância, me refiro tao somente a falta de estudo e audácia na gestão de negócios.

O meu plano era comprar uma porcentagem do faturamento do restaurante por um valor relativamente baixo, porem apenas por um tempo determinado. Cinco meses para ser mais exato.

Eu seria como um investidor por tempo determinado.

Creio que essa era uma boa proposta para ambos os lados, afinal o restaurante iria lucrar permanentemente com a mudança na faixada (que era o meu principal ponto de investimento e reforma) e eu possivelmente lucrar com os bons rendimentos caso todo meu plano surtisse efeito positivo.

Esse furacão de ideias e decisões a tomar foi provavelmente um dos maiores períodos de estresse que eu passei na Africa do Sul.

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