domingo, 29 de maio de 2011

(pag 17)

Bom, se Tony profissionalmente segurava o riso no canto da boca, eu a essas alturas ja nao me continha.

Mas confesso que era uma mistura de riso pelo fato e pelo medo.
Um riso amarelo e seco.

O assistente de Tony, percebendo o suor frio descendo do meu rosto me oferece uma cerveja para tentar quebrar o clima.

Obviamente aceita.

Isso porque para quem me conhece sabe que eu nao sou o maior admirador dos fermentados. Creio que a essa altura o que cairia melhor seria uma dose tripla de whisky, e para esse caso, sem gelo.

Começamos a conversar a respeito do trabalho, ou pelo menos tentar.

Eu disse que seria impossível vestir aquela micro-peca de roupa e tentei convence-lo de que seria ate melhor que eu nao o fizesse, visto que com o meu porte físico nao iria atrair e sim ate distanciar o publico interessado nos produtos.

Felizmente para mim Tony entendeu e aceitou a mensagem.

Abri ate a segunda lata de cerveja, dessa vez de alivio.

Apos quatro dias de muita bebida, gente nua, coisas que eu jamais pensei em ver nas ruas, muito menos nos EUA, a Fantasy Fest chega ao fim.


Se durante o período em que a cidade estava cheia eu nao havia conseguido sequer um emprego (decente), nao seria apos a festa que eu o conseguiria.

O dinheiro ja estava acabando. Eu tinha que tomar uma decisão.

E a decisão no meu caso era sempre a mesma: hora de partir. Seguir com os meus planos de cruzar o pais.

A decisão mais complicada de tomar era: mas partir para onde?

Se o plano inicial seria cruzar o pais sentido a costa oeste, entao, vou-me embora para la.

Mais uma vez eh claro que nao fiz o caminho mais curto e nem mesmo direto.

Parti de KW voltando sentido a Orlando, e sai do maravilhoso Estado da Florida seguindo em direcao ao Golfo do México.

Fui sempre procurando beirar o litoral.

Passei por Panama City, cidade pequena mas muito bonita, entre algumas outras tantas.

Algumas vezes meus pernoites eram em pontos chamados Rest Area nas estradas.
Rest Area, traduzindo para o português, significa Area de Descanso.

Em alguns estados sao bem faceis de se encontrar e contam com uma infra-estrutura invejável que vai desde enormes (e limpos) banheiros, ate mini shoppings de conveniência.

Perfeito para viajantes de longos trechos como eu.

Foram cinco dias de viagem cruzando oito estados.

Seguindo viagem, passei por algumas cidades como El Paso, Nova Orleans, Tucson e Houston.
Essas eu apenas conheci sem ao menos sair do carro.
Somente rodei pelo centro da cidade e alguns pontos mais interessantes.

Outras valeram explorar com mais tempo. Como foi o caso de San Antonio, no Texas.

San Antonio eh uma cidade maravilhosa para se fazer tu
rismo curto, de dois ou tres dias.

O centro da cidade eh muito limpo, seguro, bonito e bem cuidado.

Um rio cruza por baixo da cidade e a arquitetura tratou de explora-lo turisticamente, ou seja, varios bares e restaurantes rodeiam as margens desse rio num ponto muitas vezes abaixo do nível da rua. Muito interessante.


Um shopping da um tom de glamour e requinte ao local.

Porem, alem dos pontos turísticos comuns, eu procuro explorar a cidade como um todo.

E saindo um pouco desse centro turístico, pode-se ver que San Antonio peca na distribuição de renda.

Nota-se que muitos bairros sao povoados por pessoas de baixo poder aquisitivo. Mas ainda assim muito longe das nossas favelas brasileiras.

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