terça-feira, 31 de janeiro de 2012

(pag 52)

Mauricio estava voltando para CT pela segunda vez e conhecia alguns outros brasileiros que também estavam procurando apartamento. 

Chegaríamos a Cape Town com duas semanas de diferença entre os voos. 

Enquanto Mauricio não chegava para conversarmos sobre uma possível divisão de apartamento, eu buscava incessantemente encontrar alguma coisa, seja somente para mim ou mesmo para dividir com outras pessoas.

Certa dia tomando cafe da manha no albergue em que eu estava hospedado cruzo com um hospede com uma camisa do time do São Paulo. 

Como um bom são-paulino que sou saudei o camarada e começamos a conversar.

Ricardo tinha nascido no estado do Para e crescido em São Paulo, por isso o bom gosto para o time de futebol.

Conversamos por um tempo e ele me conta sobre seus planos na Africa do Sul.

Diz que não sabe ao certo quanto tempo pretende ficar em Cape Town visto que ele tinha vindo meio que a passeio, meio que para aprimorar o seu já bom nível de inglês, meio que para curtição mesmo.

Combinamos entre outras coisas um passeio a Table Mountain. 

O plano era subir de bondinho e descer a trilha a pé.

Alem de são-paulino Ricardo, assim como eu, tinha espirito aventureiro o que ajudou a estreitar a nossa relação de amizade rapidamente. 

Combinamos de no dia seguinte acordamos de manha e apos o cafe partimos em busca da aventura na Table Mountain.

Fizemos as mochilas e levamos na bagagem apenas disposição, duas garrafas de meio litro d'água e um pacote de biscoito.

Ao chegar a base da montanha a vista ja eh de se tirar o chapéu. Olhando para cima soh se vê um imenso paredão de pedra. 

E esse paredão eh alto, muito alto. 
Da base ate o topo são mais de mil metros de altura.

Da base já se consegue avistar boa parte do centro da cidade, alem do mar eh claro.

Ao embarcar no bondinho todos os curiosos e encantados turistas (eu e Ricardo estamos inclusos nessa lista) corremos para as laterais onde teoricamente sera possível ter uma vista mais privilegiada. 

Logo que ele começa a subir, a primeira surpresa: o chão do bondinho eh móvel e ele gira simultaneamente a medida que ganha altura. 

Perfeita lição de igualdade para os brasileiros que estavam pensando em levar a melhor ficando perto da "janelinha". 

Ninguém ficara com as melhores fotos ou paisagens, ou melhor, todos ficarão.

Chegando no topo da montanha o visual eh indescritível. 

São mil metros de imponência de uma parede rochosa quase que vertical. 

La de cima eh possível ver toda a cidade, e olha que CT não eh pequena, para se ter uma ideia são mais de 3 milhões de habitantes.

Do topo eh possível ter uma noção melhor da dimensão do que a montanha já causava la de baixo. 

A "mesa" eh quase totalmente plana, fazendo jus ao seu nome.

Depois de alguns minutos contemplando e reverenciando em completo silencio a natureza, eu e Ricardo resolvemos começar a caminhada. 

Decidimos mais ou menos caminhar pelos quatro cantos do topo da montanha. 

O primeiro dos cantos foi obviamente onde desembarcamos. Ali era o melhor ponto para termos uma visão da cidade.

De la seguimos para o lado que dava vista para o Cabo da Boa Esperança. O visual era deslumbrante. Era possível avistar todas as praias de Cape Town, e ao fundo nada menos que o Cabo da Boa Esperança.

Apos, seguimos para o lado oposto onde era possível ver o "interior" da cidade e por ultimo o canto onde ficava próximo a outro pico, chamado de Devil's Peak; e finalmente depois de completar todo esse trajeto, voltaríamos ao ponto inicial iniciando a descida a pé ate a base da montanha novamente.

Somente no topo da montanha foram mais de seis horas caminhando. 

Obviamente parando por alguns breves momentos para tirar fotos e/ou simplesmente para contemplarmos a paisagem de boca aberta. 



E isso tudo com o sol do verão africano nos castigando as costas. 

O calor era quase que infernal. 

Pouco depois da metade do caminho percorrido as pequenas garrafas de água já haviam acabado. 

Ainda tínhamos todo o caminho da volta, alem da descida eh claro.

Por diversos momentos nos vimos um tanto quando perdidos. Fato esse, somado ao calor extremo, a falta de água, a fome e o cansaço, eis que nos começa a bater um certo grau de desespero.

Sera que teríamos forças para voltar ao tao distante ponto inicial?

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